LORCA
LORCA
Para se procurar o duende não há mapa nem treino. Só se sabe que queima o sangue com um medicamento em frasco que esgota, que expulsa toda a doce geometria aprendida, rompe com os estilos, apoia-se na dor humana que não tem consolo.
Quando me falaram do duende de Lorca, nunca mais deixei de o procurar e de o desejar, de o notar e de o sentir no trabalho dos intérpretes que, vivos e diante de mim, lutavam com uma força misteriosa que os possuía e transfigurava. Quis logo falar disso aos meus alunos e desde então, por altura do último ano e da maturidade da sua aprendizagem, tenho tentado apresentar este poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica para que, ainda que eu falhe na explanação, eles o procurem dentro de si.
Para se procurar o duende não há mapa nem treino. Só se sabe que queima o sangue com um medicamento em frasco que esgota, que expulsa toda a doce geometria aprendida, rompe com os estilos, apoia-se na dor humana que não tem consolo.
Quando me falaram do duende de Lorca, nunca mais deixei de o procurar e de o desejar, de o notar e de o sentir no trabalho dos intérpretes que, vivos e diante de mim, lutavam com uma força misteriosa que os possuía e transfigurava. Quis logo falar disso aos meus alunos e desde então, por altura do último ano e da maturidade da sua aprendizagem, tenho tentado apresentar este poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica para que, ainda que eu falhe na explanação, eles o procurem dentro de si.
Ao definir o texto sobre o qual desenvolveríamos este projeto de FCT, Federico Garcia Lorca surgiu como o autor mais indicado para corresponder às características de uma turma de interpretação de forte presença feminina – as mulheres têm um papel determinante na sua obra. Há já muito que queria estudar este autor e aprender com o seu teatro e poesia – estímulos suficientes para encetar uma aventura em busca do duende.
“A casa de Bernarda Alba”, “Yerma” e “As bodas de sangue”, trilogia de tragédias andaluzas, sugeriram os lugares e os ambientes para se encontrar a primavera que não procura espantar a morte, extraindo os sons negros geradores de matéria pulsante capaz de pôr tudo em movimento. O desejo, os rituais de fertilidade e acasalamento, a devoção cega e a prisão dentro de casa, o receio da perda, a morte imaginada e a morte perpetrada, todos temas explorados e que nos forneceram caminhos para o encontro com a cultura espanhola, o flamenco, o culto dos mortos mexicano e todas as outras referências que nos aproximaram tanto de Eros como de Thanatus.
Aqui, hoje, tudo começa como depois de um fim. E nós, nós continuaremos à procura do duende e de nos entendermos um pouco melhor. AJ
Aqui, hoje, tudo começa como depois de um fim. E nós, nós continuaremos à procura do duende e de nos entendermos um pouco melhor. AJ
Texto: Federico García Lorca
Dramaturgia: Zeferino Mota
Encenação: António Júlio
Coordenação de interpretação: António Júlio
Coordenação de cenografia: Cristóvão Neto
Coordenação de figurinos: Catarina Barros
Coordenação de luz: José Carlos Gomes
Coordenação de som: Luís Aly
Composição de temas musicais: André Martins
Fotografia: Cristina Pinto Pinto
Interpretação:
ANA COSTA: Martírio, Lavadeira, Rapariga
ANA RITA AUGUSTO: Angústias, Lavadeira, Rapariga
ANDRÉ MARTINS: 1º Lenhador, 2º Homem, Músico
CAROLINA BAPTISTA: Mulher, Lavadeira, Rapariga
CAROLINA DINIS: Sogra, Lavadeira, Rapariga
CATARINA CARREIRA: Mãe, Lavadeira, Rapariga
CATARINA GOMES: Bernarda Alba, Lavadeira, Rapariga
CATARINA MENDONÇA: La Poncia, Lavadeira
DANIEL BARROS: Lua, Músico
DANIELA JESUS: Dolores, Lavadeira, Rapariga
GABRIELA SOUZA: Fêmea, Lavadeira
GUSTAVO SAMPAIO: 2º Lenhador, 1º Homem, Músico
INÊS PELOTA: Amélia, Lavadeira, Rapariga
KATARINA MAIA: Madalena, Lavadeira, Rapariga
LAURA ALMEIDA: Yerma, Rapariga
LEONOR FONTE: Adela, Lavadeira, Rapariga
MARIANA BORGES: Mendiga, Morte
MIGUEL RIBEIRO: Noivo, Músico
PATRÍCIA GOMES: Criada, Lavadeira, Rapariga
ROSA BESSA: Velha, Lavadeira, Rapariga
SARA MAIA: 1ª Mulher, Lavadeira, Rapariga
TOMÁS GOMES: Macho, 3º Lenhador
E todos são DUENDE.
Dramaturgia: Zeferino Mota
Encenação: António Júlio
Coordenação de interpretação: António Júlio
Coordenação de cenografia: Cristóvão Neto
Coordenação de figurinos: Catarina Barros
Coordenação de luz: José Carlos Gomes
Coordenação de som: Luís Aly
Composição de temas musicais: André Martins
Fotografia: Cristina Pinto Pinto
Interpretação:
ANA COSTA: Martírio, Lavadeira, Rapariga
ANA RITA AUGUSTO: Angústias, Lavadeira, Rapariga
ANDRÉ MARTINS: 1º Lenhador, 2º Homem, Músico
CAROLINA BAPTISTA: Mulher, Lavadeira, Rapariga
CAROLINA DINIS: Sogra, Lavadeira, Rapariga
CATARINA CARREIRA: Mãe, Lavadeira, Rapariga
CATARINA GOMES: Bernarda Alba, Lavadeira, Rapariga
CATARINA MENDONÇA: La Poncia, Lavadeira
DANIEL BARROS: Lua, Músico
DANIELA JESUS: Dolores, Lavadeira, Rapariga
GABRIELA SOUZA: Fêmea, Lavadeira
GUSTAVO SAMPAIO: 2º Lenhador, 1º Homem, Músico
INÊS PELOTA: Amélia, Lavadeira, Rapariga
KATARINA MAIA: Madalena, Lavadeira, Rapariga
LAURA ALMEIDA: Yerma, Rapariga
LEONOR FONTE: Adela, Lavadeira, Rapariga
MARIANA BORGES: Mendiga, Morte
MIGUEL RIBEIRO: Noivo, Músico
PATRÍCIA GOMES: Criada, Lavadeira, Rapariga
ROSA BESSA: Velha, Lavadeira, Rapariga
SARA MAIA: 1ª Mulher, Lavadeira, Rapariga
TOMÁS GOMES: Macho, 3º Lenhador
E todos são DUENDE.