FERIDAS NO ROSTO
FERIDAS NO ROSTO
Rumo ao que vier. Disseram um dia, os alunos destas turmas, ao fazerem o primeiro projeto na escola. Estavam no primeiro ano, davam os primeiros passos, começavam do zero. Eram pequenos – todos dizem, e repetem “que eles são muito novos” e “que não sabem ainda” e “que é preciso tempo”... mas todos sabemos o que são os sonhos e o que são as vontades. E todos fomos adolescentes e todos quisemos o mundo nas nossas mãos e todos quisemos aventuras e todos dissemos “se doer, que doa! Eu quero é experimentar!” Foi isso que me pediram estes alunos finalistas: “Queremos um desafio, queremos crescer!” Fico à procura das palavras mais adequadas, procuro por entre todos os autores! Tento um, tento o outro, atrevo-me a dramaturgias mais longe de mim – afinal também estou a aprender – o meu objetivo é comunicar primeiro com estes alunos que tenho nas mãos, que são os de agora e que são os que saem já já para o mercado de trabalho e outras aventuras. Quero que eles experimentem um sonho. Primeiro isso! Quero que eles não receiem arranhar-se a conquistá-lo. Segundo isso! Quero que eles saibam que nada é fácil, nada é garantido. Isto também! Mas espero que eles se aventurem numa busca por dentro e em todos os lugares cá fora, que se compreendam a si e procurem compreender o mundo, que se munam de ferramentas e com elas combatam e que sejam felizes e que tentem e que tentem e que tentem! Rumo ao que vier!
Falo muitas vezes de um certo precipício – que estar em palco é como cair no abismo, é como se deixar ir sem nunca deixar de tentar estar vivo! É como estar ali agora, tão agora, que não há forma de existir que se compare com esta. É como deixar que a vida toda se transmita num olhar, num sopro, num estado de transfiguração que não deixa ver a pessoa mas a verdade do que é existir.
Eu sei que eu quero muito. Eu sei que eles tentam tudo! E sei que, à partida, falhamos. Mas falhamos porque tentamos. É do alto deste precipício que nos atiramos.
Agora são as feridas. As do rosto mas as da identidade também. Barker obriga a um exercício profundo, a uma imersão, a uma procura por dentro, de um estado antes da palavra. Do que ainda não tem forma, do que luta para se materializar. E quando surge a palavra ela quer ser ação, quer ser movimento, quer ser ritmo e quer assombrar. Não explica, não completa um raciocínio, inquieta.
Obrigado à Raquel por nos ajudar a ler mais profundamente a obra e o autor. Obrigado à Rita por nos acompanhar a cada ensaio. Obrigado à Céu e aos outros professores que embarcaram connosco nesta viagem. Obrigado à Sandra Salomé e à sua companhia Metamortemfase que me mostrou este texto há já quase duas décadas. AJ
Rumo ao que vier. Disseram um dia, os alunos destas turmas, ao fazerem o primeiro projeto na escola. Estavam no primeiro ano, davam os primeiros passos, começavam do zero. Eram pequenos – todos dizem, e repetem “que eles são muito novos” e “que não sabem ainda” e “que é preciso tempo”... mas todos sabemos o que são os sonhos e o que são as vontades. E todos fomos adolescentes e todos quisemos o mundo nas nossas mãos e todos quisemos aventuras e todos dissemos “se doer, que doa! Eu quero é experimentar!” Foi isso que me pediram estes alunos finalistas: “Queremos um desafio, queremos crescer!” Fico à procura das palavras mais adequadas, procuro por entre todos os autores! Tento um, tento o outro, atrevo-me a dramaturgias mais longe de mim – afinal também estou a aprender – o meu objetivo é comunicar primeiro com estes alunos que tenho nas mãos, que são os de agora e que são os que saem já já para o mercado de trabalho e outras aventuras. Quero que eles experimentem um sonho. Primeiro isso! Quero que eles não receiem arranhar-se a conquistá-lo. Segundo isso! Quero que eles saibam que nada é fácil, nada é garantido. Isto também! Mas espero que eles se aventurem numa busca por dentro e em todos os lugares cá fora, que se compreendam a si e procurem compreender o mundo, que se munam de ferramentas e com elas combatam e que sejam felizes e que tentem e que tentem e que tentem! Rumo ao que vier!
Falo muitas vezes de um certo precipício – que estar em palco é como cair no abismo, é como se deixar ir sem nunca deixar de tentar estar vivo! É como estar ali agora, tão agora, que não há forma de existir que se compare com esta. É como deixar que a vida toda se transmita num olhar, num sopro, num estado de transfiguração que não deixa ver a pessoa mas a verdade do que é existir.
Eu sei que eu quero muito. Eu sei que eles tentam tudo! E sei que, à partida, falhamos. Mas falhamos porque tentamos. É do alto deste precipício que nos atiramos.
Agora são as feridas. As do rosto mas as da identidade também. Barker obriga a um exercício profundo, a uma imersão, a uma procura por dentro, de um estado antes da palavra. Do que ainda não tem forma, do que luta para se materializar. E quando surge a palavra ela quer ser ação, quer ser movimento, quer ser ritmo e quer assombrar. Não explica, não completa um raciocínio, inquieta.
Obrigado à Raquel por nos ajudar a ler mais profundamente a obra e o autor. Obrigado à Rita por nos acompanhar a cada ensaio. Obrigado à Céu e aos outros professores que embarcaram connosco nesta viagem. Obrigado à Sandra Salomé e à sua companhia Metamortemfase que me mostrou este texto há já quase duas décadas. AJ
FERIDAS NO ROSTO
Texto
HOWARD BARKER
Encenação
ANTÓNIO JÚLIO
Assistência de Encenação
RITA OLIVEIRA
Coordenação de Cenografia e Adereços
CRISTÓVÃO NETO
Coordenação de Figurinos
CATARINA BARROS
Coordenação de Luz
MÁRIO BESSA
Coordenação de Som
LUÍS ALY
Apoio a Voz
MARIA DO CÉU RIBEIRO
Apoio à Leitura
RAQUEL S.
Execução de Guarda Roupa
MESTRE GLÓRIA COSTA, ASSUNÇÃO PINTO
Fotografia
ANA MARGARIDA PINTO
Vídeo
TUNDRA FILMES
Produção
ROSA BESSA
Direção de Produção
GLÓRIA CHEIO
Curso de Interpretação
ANA ESTEVES BRANDÃO, BÁRBARA M. SANTOS, BRUNO BRÉ, CATARINA MARCOS, CATARINA SARAIVA, CLARA GONDIN, DAVID COSTA , DIOGO LOURENÇO, FÁTIMA DA CUNHA, FILIPA RAQUELS, GUSTAVO CALDEIRA, HUGO TELES, INÊS DIAS, INÊS MARQUES, JOÃO TARRAFA, JOSÉ DIOGO DIAS, LUÍS DUARTE MOREIRA, MAFALDA COVAS, PEDRO GALANTE , SARA ALVES , SOFIA MELO, SORAIA GURGO
Curso de Cenografia e Adereços de Cena
ANA BARROS , ANA COSTA, MARIANA FERRAZ
Curso de Figurinos e Adereços de Ator
LARA COUTO, SARA ALEGRIA, TOMÁS GOMES, VASCO FRANCISCO
Curso de Luz
BRUNA SILVA
Curso de Som
JOÃO MONTEIRO, REGINA PATA
Montagem de Luz
ALUNOS DO CURSO DE LUZ E SOM DOS 1º E 2º ANOS
Texto
HOWARD BARKER
Encenação
ANTÓNIO JÚLIO
Assistência de Encenação
RITA OLIVEIRA
Coordenação de Cenografia e Adereços
CRISTÓVÃO NETO
Coordenação de Figurinos
CATARINA BARROS
Coordenação de Luz
MÁRIO BESSA
Coordenação de Som
LUÍS ALY
Apoio a Voz
MARIA DO CÉU RIBEIRO
Apoio à Leitura
RAQUEL S.
Execução de Guarda Roupa
MESTRE GLÓRIA COSTA, ASSUNÇÃO PINTO
Fotografia
ANA MARGARIDA PINTO
Vídeo
TUNDRA FILMES
Produção
ROSA BESSA
Direção de Produção
GLÓRIA CHEIO
Curso de Interpretação
ANA ESTEVES BRANDÃO, BÁRBARA M. SANTOS, BRUNO BRÉ, CATARINA MARCOS, CATARINA SARAIVA, CLARA GONDIN, DAVID COSTA , DIOGO LOURENÇO, FÁTIMA DA CUNHA, FILIPA RAQUELS, GUSTAVO CALDEIRA, HUGO TELES, INÊS DIAS, INÊS MARQUES, JOÃO TARRAFA, JOSÉ DIOGO DIAS, LUÍS DUARTE MOREIRA, MAFALDA COVAS, PEDRO GALANTE , SARA ALVES , SOFIA MELO, SORAIA GURGO
Curso de Cenografia e Adereços de Cena
ANA BARROS , ANA COSTA, MARIANA FERRAZ
Curso de Figurinos e Adereços de Ator
LARA COUTO, SARA ALEGRIA, TOMÁS GOMES, VASCO FRANCISCO
Curso de Luz
BRUNA SILVA
Curso de Som
JOÃO MONTEIRO, REGINA PATA
Montagem de Luz
ALUNOS DO CURSO DE LUZ E SOM DOS 1º E 2º ANOS